Indonésia

Informações

Código telefônico: 62
Fuso horário: GMT +8
Energia elétrica: 220V 50Hz  com padrão de 2 pinos
Moeda: Rúpia Indonésia (Rp)

Conhecendo Legian Beach - 19 out 2011 (quarta-feira)
     A vantagem de pegar o avião supercedo é chegar antes do almoço no destino. Passado todos os tramites do aeroporto, dentro da van pude ter uma noção da loucura que é o transito. São muitas e muitas motos passando desordenadamente, ou ordenadamente para eles talvez. Calor muito calor. Ruas apertadas. A van estacionou e eu já olhei para todos os lados para saber onde era o meu hotel. Não achava de jeito nenhum. O motorista falou que para chegar no hotel só indo a pé porque a rua, ou melhor a ruela (primeira foto abaixo), era muito estreita e não passava o carro. Seguimos por uma rua espremida entre construções. Já me arrependendo de ter ido para Bali, com medo dessas ruas e achando tudo muito estranho. O hotel fica literalmente no meio da quadra e ainda tem três entradas que vão para lugares diferentes. Quase um labirinto até se acostumar. Mapa não adianta muito. São muitas ruas estreitas que não existem nos mapas. O alivio veio quando cheguei e comprovei que era um lugar bastante acolhedor, limpo e arejado. O hotel não era padrão hotel Bali, é mais parecido com o que a gente está acostumado, o que achei ótimo. Amei a piscina, o terraço (segunda foto abaixo), até o quarto coletivo e o espaço lounge. O hotel não estava lotado, mas tinha várias pessoas. Logo quando cheguei, uma menina da Inglaterra me convidou para almoçar com as outras meninas que eram de várias nacionalidades diferentes. Aceitei logo, porque nem sabia como sair do hotel e nem para onde ir. O almoço foi típico, bom e barato. Algumas das meninas já tinham estado em Bali outras vezes, com elas peguei algumas dicas.
 
     Depois do almoço ainda deu tempo rapidamente para ir até a praia ver o final do dia. Para chegar na praia do hotel tem que dar uma volta por causa que na frente tem o Melasti Beach Resort at Legian, esse é o ponto de referência. Andando pelas ruas as pessoas são super simpáticas, chamam para conversar, cumprimentam, puxam papo e depois querem que você compre algum produto! A todo o momento, você é bombardeado por pessoas oferecendo produtos, táxi e massagem. Gentilmente, é só dizer a toda hora: No, thank you. A praia não é nada demais (foto do dia acima), mas estava tão feliz de estar em Bali, quase nem acreditava. Dei uma andava rápida pela areia e pelo calçadão beira mar cheio de bares, restaurantes e hotéis. Já anoitecendo, peguei o caminho de volta para o hotel.
     As meninas iriam sair para jantar. Fiquei feliz pelo convite e poder conhecer melhor a região de noite. Fomos de táxi até o Café Bali (foto abaixo). Por falar em táxi, essa é uma ótima opção. Além de ser muito barato acredito que seja seguro. A dica é pegar os táxis da Blue Bird Taxi que tem o taxímetro mais confiável. Passando pelos lugares é possível ver o grande contraste. Muitas lojas de marcas caras misturadas com lojas e o povo simples. Voltando ao restaurante, era refinado e bem decorado. Nem sabia que existia um assim em Bali. O macarrão que pedi estava muito bom, mas foi a menor porção que já vi.
     Para fechar a noite, fomos de táxi para o SOS Supper Club que fica em cima de um hotel. Eu não tinha a menor noção onde estava e muito menos como fazer para voltar para o hotel. Eu só ia acompanhando. Mais uma vez me surpreendi com o lugar. Lugar grande, bonito, moderno e de frente para o mar (pena que não dava para ver, pois estava muito escuro). O único detalhe é que estava completamente vazio e por volta de meia noite fomos embora. Pelo jeito hoje não era dia de agito ou começa mais tarde. Para mim estava de bom tamanho. Já tinha conhecido e estava cansada por ter acordado quatro e meia da madrugada.

Legian Beach
- 20 out 2011 (quinta-feira)
     O dia já começa quente e foi para ficar de preguiça e relaxar. Sem pressa tomei o meu café da manhã, fui para praia e por lá fiquei, almocei, dormi na espreguiçadeira, acho que por algumas horas. Ainda bem que estava de baixo do guarda sol, caso contrário viraria um supercamarão. Até andar de chinelo na areia é difícil de tão quente que é.
Uluwatu - 21 out 2011 (sexta-feira)
     A ilha de Bali é enorme, praticamente impossível conhecer em um dia só e aproveitar cada lugar. Uma das opções é aluga uma motoca e se arriscar no transito maluco ou pegar um táxi para dividir com mais pessoas.
     Esse dia com certeza foi um dos dias mais legais da minha viagem. Conheci lugares lindos e incríveis e o dia estava insuportavelmente quente. O objetivo era conhecer as praias do sul da ilha. A primeira parada foi em Jimbaran (foto abaixo). A areia não era branquinha, mas a água era calma, de cor linda, quente e de fundo o aeroporto. A vontade era de ficar mais tempo, mas o dia estava apenas começando. 

     De repente uma placa discreta indicando a Nunggalan Beach, nem sei se existe essa praia nos mapas, mas sem dúvida uma das vistas mais lindas que eu já vi. Incrível é pouco para descrever o que meus olhos estavam vendo. De cima de um penhasco, visão de camarote da praia e do mar lá em baixo (primeira foto abaixo). Completando a natureza perfeita os corais bem próximos a beira do mar. A vontade era descer até lá. De alguma maneira era possível porque tinha alguns surfistas na água. O calor estava demais, o que parecia impossível e para realizar o sonho de qualquer um, quando eu olho para o lado inacreditavelmente uma piscina (segunda foto abaixo)! Caramba, não pode ser. Deve estar sem água. Não, o paraíso existe e naquele instante estava bem na minha frente. Impossível resistir. Perfeita a visão, a água, o dia. Queria que o tempo parasse naquele momento.
 
      Continuando o passeio. Pensei que o Pura Luhur Uluwatu Temple fosse mais um templo como qualquer outro com muitos macacos mas com a diferença que para entrar tem que vestir o sarongue (entrada custa Rp3.000). Bastou alguns passos para perceber que estava diante de um lugares mais lindos que já vi. O templo foi construído beirando um penhasco o que proporciona uma vista incrível. A vista é parecida com o da praia anterior (primeira e segunda fotos abaixo), mas aqui tem o templo que dá um charme especial, as árvores com flores, o caminho, está estrategicamente posicionado para ver um lindíssimo por do sol e os macacos. Ah os macacos, bem que minha intuição não falha. A admiração pelo lugar só diminuiu para ficar observando os primatas. Muitos macacos pelo lugar, sentados, brincando, puxando o sarongue das pessoas, tentando pegar a máquina fotográfica dos turistas e alguns mais irritados mostrando as presas quando se sentiam ameaçados. Fiquei olhando uma dupla de macacos mais velhos (terceira foto abaixo). Esses eram grandes, pesados e ficavam só sentados, com a fêmea catando as pulgas do macho e parecia que dava beijinhos nele. Esse sempre com uma cara de desprezo e se achando o rei da cocada. Me virei por um instante para ver os macacos menores. Sem saber da onde e como dei um grito quando senti um tapa na minha cara e lá se foram os meus óculos de sol. O macaco que parecia velho e gordo pulou certeiramente em direção aos meus óculos. Quando me viro só vejo ele roendo os meus lindos óculos. Ele me olhava e habilidosamente manuseava os óculos para achar o melhor lugar para roer. Só faltou a praga do macaco colocar os meus óculos! Estendi a mão em direção a ele, mas os dentes que me mostrou serviu como alerta para dizer que não estava disposto a devolver, pelo menos não assim sem nada em troca. O pior foi quando ele deu as costas e pensei que iria sair saltando pela janela todo feliz com o novo brinquedinho. Antes que ele fizesse isso, aparece um casal local e começa a jogar um monte de comida para ele, mas o ladrãozinho não estava disposto a trocar a nova aquisição. O casal já estava desistindo e falando que ele não iria devolver, pois nem banana e amendoim faziam o macaco largar. O casal falou que iria me cobrar caso o macaco soltasse. Até parecia que o bicho estava de combinação com eles. Em fim, o macaco não deve ter achado tão bom os óculos que soltou e o casal recebeu a sua recompensa. Para relaxar depois disso, só dando mais uma volta pelo lindo templo e observar uma procissão que passou. Não é permitido entrar em todos os lugares do templo, somente quem faz parte da religião deles. Dizem que no final da tarde tem uma dança. Pena não poder ficar e nem para o por do sol. Mas ainda tinha outra maravilha para ser vista.
 
 
     Seguindo com o passeio, ao menos em grande parte do trajeto a estrada fica praticamente vazia, o único detalhe é que o caminho não é sinalizado, tem que perguntar várias vezes. Aproveite para pedir informação quando for abastecer a beira estrada, aliás a gasolina é vendida em garrafas de litro e o chique são as garrafas de Absolut. Na entrada da Uluwatu Beach tem tipo uma barraquinha com umas senhorinhas vendendo camisas, bonés, pulseiras, adesivos e mais outros artesanatos. Elas são muito insistentes e até falam algumas palavras em português (diga-se de passagem que o que elas sabem em português me deixa até com vergonha de escrever!). O que elas vendem ali tem em várias lojinhas dali mais para dentro da vila da praia. Se tiver paciência de pechinchar muito talvez valha a pena. Para chegar a praia, descendo pelos caminhos estreitos passa-se por várias lojas de surf e outros comércios. Chegando ao nível do mar, depara-se com rochas dos dois lados, na direita uma escada para subir e mais a frente o mar entrando pelo meio dos paredões de rocha e é por onde alguns surfistas entram no mar (primeira foto abaixo). Explorando mais um pouco o local, passando pelo meio das rochas, tem uma praia quase que escondida (segunda foto abaixo). Algumas pessoas podem dizer que a praia é pequena que não tem nada para fazer, mas o objetivo é não fazer nada mesmo e para passar alguns minutos é perfeita. Agora só relaxar e apreciar a beleza do lugar. As rochas, o mar, o dia quente, a paisagem, melhor que isso só vendo tudo de cima. Só escolher dentre os muitos restaurantes e barzinhos a melhor visão. Lugar abençoado demais e não só para os surfistas. Quem não aprecia uma vista daquela deveria olhar com outros olhos o paraíso que é. Realmente tem coisas que não tem preço e estar sentada de frente para tudo aquilo é algo único. Me senti muito privilegiada por poder estar ali. Pela posição da praia o por do sol deve ser um dos mais lindo de Bali (terciera foto abaixo). Mas o dia estava acabando e a volta era longa.
 
 
Ubud - 22 out 2011 (sábado)
     Como disse Bali é enorme, para aproveitar melhor cada lugar é melhor focar uma região por vez. Hoje o passeio seria para o centro da ilha, Ubud. O caminho é longo e bem penoso de certa forma, porque é transito intenso o tempo todo até chegar lá, demora em torno de 1 hora e meia a duas horas para se chegar em Ubud dependendo do horário. A quantidade de motos que tem é impressionante. Tem horas que se não tomar cuidado é perigoso ser ‘levado’ pela onda das motos. O caminho de certa forma é sinalizado só é necessário ficar atento as placas. Aproximadamente a menos de 15 quilômetros antes de chegar na cidade, é possível avistar muitas lojas de prata, móveis e quadros beirando a estrada.
     A Jalan Raya Ubud é a rua que concentra muitas lojas de decoração, roupa, quadros, artesanatos, sarongues, prata (achei o preço caro), além de caixa eletrônico e casas de cambio para troca de moeda. Nesta mesma rua fica o Ubud Market (foto acima do dia), lugar perfeito para comprar muitos presentes e souvenirs. Só precisa ter tempo e paciência para barganhar. O dia passa rápido e leva-se tempo pechinchando. Mas o que realmente queria era ver as pratas e ali o preço, mesmo pechinchando, não estava muito em conta, pois eles revendiam as pratas. O grande lanche é comprar diretamente da fábrica por grama ou por peça. O problema de comprar por peça é ter que ficar pechinchando o valor de cada uma. Por grama acho mais fácil e para minha sorte, parei em um desses locais que vedem por atacado por grama, mas não é tão comum vender por grama. Tem algumas peças que não são bonitas, ou pelo menos não são como a gente espera que seja. Eu não tinha a menor noção se aquilo era prata mesmo e com o tempo curto fiz o possível para não sair sem nada. Queria achar uma pulseira de Bali parecida com que eu comprei no Brasil e perdi fazendo academia, mas não achei. Depois dessa experiência aprendi que a prata para usar como jóia tem que ser a prata de lei e tem que estar gravado o valor de 950 ou 925. Pena não ter mais tempo para ver outras lojas, acho que ficaria doida e gastaria tudo o que pudesse. Compras feitas, caminho de volta. Muito transito e confusão. Realmente, não sei o que é mais vantajoso ir de moto ou de carro. A moto é mais habilidosa para ir costurando os carros, lógico que de certa forma é bem perigoso. De carro é mais seguro, contudo tem horas que o transito não anda e ficar parado também não é nada agradável. Cheguei no hotel me sentindo um trapo, mas valeu a pena sem dúvida.
     As meninas do hotel me convidaram para jantar com elas e depois fui finalmente conhecer como é a noite em Bali. Não imaginava que era assim. A rua dos barzinhos é totalmente cheia de turistas, vendedores, pessoas fazendo propaganda dos lugares, crianças, muitas luzes, muitos e muitos bares. Esse foi o lugar e horário perfeito que os terroristas escolheram para explodirem uma bomba em outubro de 2002 matando e ferindo muitos turistas. Onde era o Sari Club existe um memorial com o nome das vítimas. Pela localização o local era bem central. Os atentados em Bali foram conduzidos por uma rede terrorista Al Qaeda que são islâmicos. A Indonésia é o maior país mulçumano do mundo em termos de população, mas a população de Bali é hindu o que tornava a ilha um lugar mais turístico. Passados alguns anos, o triste acontecimento tende a se apagar e tudo a voltar ao normal. Pelo menos é o que me pareceu. A diferença é que não precisa pagar para entrar nos lugares, pode entrar e sair a qualquer momento e paga-se na hora em dinheiro a bebida. Não existe fila para sair, nem para entrar e não existe ficha de consumação.
     O que me admirou é a venda de drogas na rua, sendo que a Indonésia pratica a pena de morte para traficantes. Pelo menos eu acho que era droga, um homem oferecendo uns pacotinhos com um pó branco dentro. O que diz a lenda é que os próprios vendedores entregam para os policias o comprador. Melhor não se arriscar de maneira nenhuma. Outra coisa que me assustou foi quando eu estava indo para o hotel e antes eu parei numa loja de conveniência. Quando eu um bando de crianças começou a me cercar, pedindo dinheiro e querendo que eu comprasse alguma coisa delas. Eram muitas crianças me rodeando, eu falava que não queria nada, mas não adiantava e rapidamente elas começaram a meter a mão e puxar minha bolsa. Ainda bem que eu estava bem sóbria e consegui me livrar delas e consegui continuar meu caminho para o hotel.

Descanso
- 23 out 2011 (domingo)
    Hoje o dia não foi nada demais. Acordar tarde, ficar na piscina e assistir a final do rugby entre Nova Zelândia e França. Tudo bem que eu não entendo absolutamente nada das regras, mas foi divertido ver a dança Haka do time neozelandês. Não que faria alguma diferença, mas estava torcendo pela NZ que foi a ganhadora. Ao final, continuei não entendendo nada das regras.
     Um volta na praia, ao final da tarde e considerando-se que o sol se põe no mar, foi o por do sol mais lindo que já vi (foto do dia acima). A temperatura estava ideal, já não estava tão quente, poucas pessoas na praia, um grupo jogando capoeira, os aviões pousando e decolando do aeroporto, uma música distante e suave tocando e o toque da perfeição o sol se pondo com o céu avermelhado. Nada mais do que perfeito. Um momento pleno e unicamente para se estar feliz.
     Para terminar o dia, jantei em um lugar bem legal chamado Alleycats. É meio difícil de achar, contudo as porções são bem generosas.

Canggu
- 24 out 2011 (segunda-feira)
     Não sei o que acontecia, talvez uma tristeza de estar chegando ao fim tudo isso, mas não estava com vontade de fazer correria para ir de um lugar para o outro, principalmente pelo fato da condução não ser tão a mão como é na Austrália. Para se locomover somente de táxi, moto ou reservando lugar nas conduções.
     Conheci uma menina alemã que estava hospedada no mesmo quarto e ela estava indo para Canggu, uma praia próxima para o norte de Legian. Ela queria achar um Surf Camp Hotel para ficar, pois no dia seguinte ela iria fazer umas aulas de surf. Como eu queria companhia fui com ela e mais outra menina de táxi fazer correria de achar hotel. Valeu o passeio. Conheci um pouco do lugar (a praia é mais tranquila que Legian e o mar também é bom para aprender a surfar) e dos hotéis da região (o hotel mais legal foi The Green Room & Villa Canggu). Antes de ser devorada pelos pernilongos que existem em Bali (é bom levar um repelente) voltei para o meu hotel para dormir cedo.

Sacred Monkey Forest Sanctuary - Ubud - 25 out 2011 (terça-feira)
     Últimos dias de viagem e queria fazer mais alguma coisa diferente para fechar com chave de ouro. Perto do hotel tem um quiosque que vende pacotes para vários passeios. Ali comprei a passagem de van para Ubud (Rp70.000) e lá mesmo era o ponto de embarque. Peguei o nome de um hotel em Ubud com uma das meninas e parti, só com uma mochila nas costas, meio sem saber como seria. O objetivo era dormi uma noite em Ubud para de madrugada começar a subir um vulcão ativo! Apesar de ser ativo, lógico que não seria bem quando eu estivesse subindo que ele iria começar a lançar lava.
     Cheguei em Ubud no meio da tarde. A van parou perto da Monkey Forest e na mesma hora veio um monte de motoristas oferecendo transporte para o lugar que quisesse. É de ficar doida, não dá tempo nem para pensar. Ainda bem que eu tinha um nome de hotel como referência, senão podia ser enganada e ser levada para um hotel fora de mão. Existem muitos hotéis de todas as categorias e alguns são bem longes. Como foi tudo meio que em cima da hora não tive tempo de pesquisar a localização, só sabia que era próximo da Monkey Forest, na rua do mesmo nome, sendo que essa é bem comercial com lojas variadas e cheia de hotéis. Pedi para o próprio motorista da van me levar no hotel e por um preço bem camarada ele me deixou na rua paralela (rua da Monkey Forest) do Sania’s House Bungalows, caso contrário teria que dar uma volta maior (uma diária custou Rp250.000 por quarto).

     O hotel é totalmente estilo Bali. A construção com características típicas (primeria foto abaixo), o local é grande, com vários blocos e escadas e do lado de fora de alguns quartos tem uma mesinha com cadeiras. É bem diferente do que a gente está acostumado. Achei o lugar meio estranho no começo, mas para passar meia noite, pelo preço e boa localização, estava ótimo. Quando entrei no quarto não gostei e nem do cheiro. O banheiro ao mesmo tempo que tem um charme é esquisito (segunda foto abaixo). Parecia um banheiro com decoração de cinqüenta anos atrás para nós. Ficou meio desajeitado lavar o cabelo e ao mesmo tempo segurar o chuveirinho e tudo isso dentro de uma banheira antiga. Dever ser normal isso, pois vi igual em outros hotéis. Os funcionários são muito prestativos. Um deles me trouxe bule com chá e toalhas e fez os contatos para eu poder subir o vulcão de madrugada cobrando praticamente o mesmo preço das agencias das ruas. O detalhe é que para fazer esse passeio, é necessário no mínimo duas pessoas e ele me encaixou em um grupo. Para o meu alivio, tudo perfeito. 
     Estava ansiosa para dar uma volta pela redondeza. Segui a rua e facilmente cheguei na Monkey Forest (foto do dia acima)  que é um local, como o próprio nome diz, com uma floresta, macacos e templos (a entrada custa Rp20.000). Eu já tinha visto macacos suficientes e não queria que eles chegassem muito perto de mim, por isso não comprei bananas. Fora os macacos o que tem de interessante são as estátuas, vegetação, templo e por sorte estava tendo uma procissão com pessoas com roupas para a ocasião e tocando instrumentos musicais. Os turistas se realizam no meio dos macacos. Mas eu não queria saber de macacos pulando em cima de mim ou sentando no meu colo como eles fazem com muitos turistas. Esses animais têm presas enormes, são bem ágeis e podem transmitir doenças. Um casal me contou que eles tinham comprado bananas e começou a aparecer um monte de macacos por todos os lados. Um deles pulou na cabeça do marido e deu várias mordidas na cabeça e arranhou o rosto dele e por isso teve que tomar injeção antirraiva.
     Vários macacos depois, uma volta para ver as lojinhas. Têm bastantes coisas interessantes para comprar de artesanato e lojas de grife de roupas de surf. Queria tentar achar a pulseira de prata que eu estava procurando, para isso paguei um motorista de táxi para me levar nas fábricas de prata. Como eu não sabia onde era a loja que eu tinha comprado da outra vez, tentei explicar, mas acho que ele se fez de desentendido. Ele me levou nas lojas que ele queria, mas não era como eu queria. Não tinha as pratas que gosto e vendia por peça, o que me tomaria muito tempo ficar barganhando peça por peça. O engraçado é que quando a gente pergunta quanto é eles já falam que custa tanto mas tem que barganhar! Sinceramente, não tenho o dom da barganha. O motorista foi paciente e me levou em algumas lojas, mas não gostei de nada. Já estava anoitecendo, as lojas fechando, não sabia onde estava, pedi para o motorista me levar de volta com as mãos abanando. Precisa descansar, daqui a algumas horas já teria que estar de pé pronta para a caminhada.

Mount Batur - 26 out 2011 (quarta-feira)
     Uma e meia da manhã o motorista da van bate na porta do meu quarto. Poucas horas de sonho e ansiosa, mas estava animada para a caminhada. Tinha chovido de madrugada. Droga não tinha verificado a previsão do tempo. Em fim, de qualquer maneira teria que ser hoje. A van ainda pegou mais uma passageira e outro casal. O percurso até a primeira parada é bem longe seguindo em direção nordeste da ilha. Quatro e meia da manhã chegamos sei lá onde para ser servido o café da manhã. O local era totalmente escuro, só com lanterna para enxergar alguma coisa. Foi servido chá ou café e panqueca de banana com chocolate! Muito bom por sinal.
     Um parêntese aqui. Na Indonésia existe o café mais caro do mundo e o motivo por ser o mais caro não agrada todo mundo. É chamado Kopi Luwak. Kopi significa café e Luwak é o nome local de um tipo de gato chamado civeta (foto abaixo retirada da internet) que habita as florestas asiáticas e se alimenta dos frutos do café. Pois bem, depois que o animalzinho seleciona os grãos e ingeri, nesse processo só a polpa é digerida, a semente sai intacta do outro lado do civeta. Isso acontece porque durante a digestão as bactérias e enzimas únicas do animal são responsáveis pela diferença e digamos qualidade do café. Vou ser mais clara, o café é produzido a partir das fezes do animal, mas lógico que o que sobrou dos grãos é tratado, higienizado e torrado antes de ser comercializada. O que torna mais raro é que a produção é limitada a fome do animal. Sinceramente, ver os grãos como eles saem do civeta não é nada que desperte a vontade de provar, talvez pronto seja melhor a impressão. Só queria saber quem foi o doido que inventou isso. Mas infelizmente, ou felizmente, o café que eles nos ofereceram não era o mais caro do mundo.
      Depois do café da manhã mais alguns minutos dirigindo até chegar ao pé da Mount Batur ou Gunung Batur com 1771 metros. Ainda estava de madrugada, totalmente escuro e começa a caminhada. De longe era possível ver o caminho que as lanternas faziam pela trilha da montanha. Nem sinal de chuva e de nuvens. O céu totalmente estrelado e como tinha estrelas. A temperatura estava pouca coisa abaixo do ideal, quase nem precisava de casado. O caminho não é árduo, a subida não é tão íngreme, mas como tem muita pedra vulcânica as vezes é difícil firmar o pé. As pedras devido a passagem das pessoas vão se sedimentando e escorregam, você pisa e as pedras vão desmoronando. Quase como subir uma duna de areia bem fofa, mas pior porque as pedras por vezes podem machucar e entram no calçado. É extremamente aconselhável usar calçados apropriados (não ir de chinelo como fez um doida) e levar repelente. Ainda bem que estava boa de fôlego e em menos de duas horas estava no topo. Um pouco frustrada por lá em cima estar cheio de nuvens. À medida que ia subindo as nuvens aumentavam. Tinha umas vinte e poucas pessoas lá em cima, um cachorro e até um quiosque vendendo bebidas quentes. O povo acorda muito cedo para levar os mantimentos para o topo do vulcão, são pessoas extremamente simples e alguns são idosos já, mas possuem uma agilidade para subir a montanha em menos de uma hora.
     Um pouco antes do nascer do sol, foi servido o nosso segundo café da manhã, por assim dizer. Ovo cozido e o meu sanduíche preferido no momento, banana sandwich. As nuvens teimando em cobrir tudo e de repente tudo ficava limpo. Uma hora que a vista para o nascer do sol ficou livre das nuvens o sol apareceu. Não foi perfeito, mas foi muito mágico e emocionante. Caramba, eu estava no topo de um vulcão ativo vendo o nascer do sol em Bali. Momento único e especial. Dava para ver o lago azul que pode ter outras cores e é bom para pesca e a parte mais escura da vegetação que são os vestígios da lava da ultima erupção em 2000 e por incrível que parece existem pessoas que moram em vilas dentro da cratera. Também dava para ver perfeitamente a borda bem definida da cratera e nesse momento que realmente me senti dentro do vulcão, pois ele é bem grande (14 quilômetros de diâmetro) que não parece que se está dentro, na verdade o Batur é um vulcão que fica dentro de um mais antigo e maior. Nas crateras menores era possível ver a fumaça saindo do meio das pedras. Foi aconselhado a não chegar muito perto das crateras por causa do terreno ser daquele jeito que eu descrevi. Teve até um caso de um turista que estava andando em um lugar mais arriscado para tirar fotos e não prestou atenção por onde estava indo e caiu na cratera e os amigos dele viram tudo. Eu pretendia subir e voltar sã e salva. 
      O caminho da subida tem a sua magia, mas na descida que é possível ver como é a região, tirar fotos das paisagens e apreciar a natureza. A descida por vezes não é tão fácil e o calor começa a aumentar. As pedras vão deslizando e uma hora eu não consegui parar e o guia ficou com medo que eu caísse num buraco bem fundo. Da descida só uma escoriação na mão e a roupa totalmente empoeirada.
     Na volta para o hotel, parada rápida para tirar foto de um lindo arrozal (foto abaixo). Era tudo o que faltava para me deixar mais feliz ainda. Passeio muito legal e valeu a pena todo empenho de sair de Legian e acordar de madrugada. O motorista me deixou no hotel, entrei só para me limpar e no próprio hotel comprei a passagem para voltar para Legian (Rp50.000). A volta para Legian demorou mais do que eu imaginava porque a van deixou primeiro um casal em Sanur que fica do outro lado da ilha. Deveria ter perguntando qual era o caminho que ele iria fazer. E quando ele chegou em Legian eu tive que andar um monte. Quando cheguei no hotel estava parecendo um zumbi, cansada, suja e com fome. Mas mesmo assim tive forças para reservar para amanhã a aula de surf e para ver o último por do sol em Bali. Ai que saudades vai me dar dessa vista linda.



Surfing Lessons - 27 out 2011 (quinta-feira)
     Nem acredito. Ultimo dia das minhas férias. Mas não deixei a tristeza me paralisar. Acordei cedo, deixei minhas malas arrumadas e fui feliz da vida fazer aula de surf na Quicksilver Surf School Bali. Deixei minhas coisas dentro da escola, coloquei a lycra da aula de surf e estava pronta para as primeiras orientações da turma iniciante de meio período, infelizmente só tinha tempo para fazer meio período. Na verdade, as orientações que os professores passam são bem simples, o difícil é fazer exatamente como eles falam. Primeiro, você tem que saber como pegar jacaré, depois como conduzir a prancha para direita e esquerda ainda deitado. Finalmente, como ficar de pé na prancha, mas depois que a onda já quebrou. As outras etapas seriam para quem fosse fazer a aula de tarde. Realmente, é superseguro aprender a surfar em Legian. Até para mim que tenho medo do mar, em nenhum momento fiquei com medo. A água é extremamente agradável, o mar não puxa e nem é remexido, as ondas são ótimas para aprender e suaves e com a água na altura da cintura não tem porque ter medo. O mar ali é bem democrático, tem surfistas que já pegam onda, tem crianças e várias pessoas aprendendo. Se eu soubesse que iria me divertir tanto teria feito antes e depois alugado uma prancha para ficar brincando. Quando eu consegui pegar uma onda foi a minha maior felicidade. Como é gostoso, mas levei alguns caldos também. Que arrependimento de não ter experimentado antes, porque ali era o lugar perfeito para aprender. Não queria que chegasse ao fim, mas depois de duas horas e meia a diversão acabou.
     Ultima torrada no sol e já estava na hora de fazer a massagem de cortesia do hotel. Uma hora relaxando com a massagem completa por todo o corpo. Bom demais. Que tristeza dizer, mas ultimo mergulho na piscina e ultimo almoço típico. Agora só esperar a hora de ir para o aeroporto. Várias pessoas me falavam para eu aproveitar bastante porque o tempo passa muito rápido. Mas essa viagem foi tão intensa, realizei praticamente todos os meus sonhos, aproveitei ao máximo todas as experiências al alcance que pareceu que o tempo não existia. Cada dia era uma aventura diferente, um lugar novo, uma sensação nova, pessoas diferentes que não passou nem rápido e nem devagar. Passou como sempre deveria ser. Os dias passavam sem perceber e de uma maneira plena, feliz e com a sensação de que a vida vale muito a pena e não somente esperar terminar um dia para começar outro.Tanta coisa que vou sentir falta, mas tenho tanto para me lembrar e me orgulhar que é impossível deixar de sorrir.



Outras opções na Indonésia:
- Bali: Pura Tanah Lot Temple, Dreamland Beach, Impossibles, Padang Padang Beach, Sanur Beach, Nusa Lembongan Island
- Komodo Island: Komodo Dragon
- Java: Grajagan Bay (G-Land)

- Sumatra: Mentawai Islands, Macaronis